Cap.2

O Diário da Alma errante

Aceite que você está sozinha e que não sabe muito bem aonde ir nem o que fazer.
Aceite que gostaria de companhia na viagem, mas que nem sempre será possível.
Aceite que tem dúvidas e que muitas nunca serão esclarecidas.
Aceite que fez o melhor possível, mas, que talvez esse não fosse realmente o melhor.
Aceite que você é a única que pode ir ao encontro de si mesma e que talvez escolha não fazer.
Aceite a perfeição do imperfeito e a engenhoca que o sustenta.
Se lance ao futuro com medo, pois tentar ir sem ele é ilusão.
Aliás é ilusão iludir-se!
Essa pode ser só mais uma perspectiva da realidade… naquele momento a ilusão era a realidade.
Senão você corre o risco de polarizar o real e de denegrir sua própria capacidade de sentir e ver.
Nós vemos apenas aquilo que podemos e devemos naquele dado instante, todo resto é julgamento!

Quando você precisa de uma técnica para trabalhar a humanidade das pessoas, você já desumanizou a própria humanidade.

O que será essa impaciência que me assombra?
Preciso de espaço…
Fato!
Mais íntegra me vejo querendo viver o agora.
O futuro vem como um almejo, um lampejo.
Mas,
 a separação entre eu e o nome outro se faz necessária…
Eu,
meu espaço,
meu eu,
 para assim sair e interagir com o outro,
do contrário ira.
Começo a compreender…

Não sei nem o que te dizer.
Acho que queria ter feito diferente sabe.
Mas não sei como fazer.
Acho que fiz errado de novo e tudo bem.
Enfim a vida é assim.
Não é.
Ok.
Sabe-se lá o que?

Sonhos são como fantasias que desaguam no riacho da vida.
A vida é incomensurável maior do que essa dor que sinto.
Porém, essa dor segue
e sempre que a vejo,
sinto-me amaldiçoada na dor.
A dor é tão penetrante que fulgura meu ser com seu pranto.
A tristeza me inunda,
apesar de um leve desassossegar da minha alma ainda caio como uma criança perdida em busca de colo,
como uma adulta ferida que não sabe amar.
Como um ser humano fragmentado e indefeso.
Como uma armadilha egóica que me faz crer que sou isso,
identificada ainda com isso que parece não passar…

Cada sentimento que você sente sobre a ferida, traz em si o antídoto da cura…

Ensaiei um monte de coisas para falar
 e não falei…
Imaginei mil coisas que aconteceriam
 e não aconteceram…
Agora sinto uma dor forte no peito
 e uma sensação de morte.
Sabe?
 Não é fácil essa história de ser vulnerável…
Enfim, foi assim que foi,
Que a história contada a partir da dor soe menor.
Da flor!
 

Tempo,
tempo que não passa frente a massa
 e a maçante necessidade de te ver,
que me corta com a força de um vulcão
e germina em mim paciência frente ao desconhecido que me abarca,
abraça,
balança em fé,
 de que o caminho há de mostrar o que há para se viver!
 

(…) como se a vida fosse uma obra de arte que se quebrou e precisa ser restaurada.