Cap.3

Alma de Amante

Eu não posso segurar o tempo e ele me escapa cada vez que olho para trás.
Eu não posso segurar a vida e ela me escapa toda vez que eu olho para frente.
Não posso segurar o agora já que ele me escapa no instante seguinte.
Eu não posso me segurar…
Eu não posso me segurar…

Seres sencientes da dor,
 seres anarquistas do amor.
Parafraseiam e segregam as lastimas da vida.
Vida comprida e longa e encontram nada.
Nada…
Nada…
Nada! 
 

Na dança incessante dos opostos o pulso da vida se faz.
No sublime afago do dia e da noite que compõe o todo através do escuro e do claro.
Vida se faz e bênçãos jorram dos céus que calam quando um ser se faz Humano.
No rio da Vida a água segue…
Água que abunda,
água de fluxo,
 água da alma,
Luz aguante e celeste.




Onde está o sagrado na graça?
Onde está a força naquilo que me engole, acolhe e transmuta?
Onde está o amor que transborda e invade?…
Onde está você?
E sei que está aqui…
Aqui dentro de mim…
Bem dentro…
junto…
Ao lado, aqui…
Eu estou no seu coração. ..

É só caminhando que encontro o caminho.
É só caminhando que o meu ser se engrandece e segue o fluxo da vida continua e ambígua.
É só de frente com o humano, que o humano em mim se mostra.
É só em meio ao jogo da vida que meu céu alarga e dissipa todo o medo de ser menos e inconstante.
É só quando entrego em meio ao pânico que a luz se faz, se fez.
E é só no caldo do engodo diário que expando em paz.
Todo o resto é ilusão.
 
Do absurdo da dor nasce o clamor do contentamento do dia a dia, da vida que nasce e jorra transborda vida.
Vida que é luz e trevas em si mesma
 e que é aquilo que É,
apenas…
 

A vida é, ninguém vê!